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Legislativo - 16 de setembro de 2021
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PMs ligados a ex-presidente da ALE-RR são presos envolvidos em sequestro de jornalista

Policiais militares presos como responsáveis pelo sequestro do jornalista Romano dos Anjos têm ligações com o ex-presidente da ALE-RR, deputado Jalser Renier

Por: Redação
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Manaus | AM

Quatro, dos seis policiais militares suspeitos de terem sequestrado e torturado o jornalista Romano dos Anjos, foram presos na manhã desta quinta-feira (16), durante  ação da operação ‘Pulitzer’, desencadeada em conjunto pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e Secretaria de Segurança Pública (Sesp), em Boa Vista (RR).

Romano dos Anjos foi sequestrado da casa onde morava na noite do dia 26 de outubro de 2020. Ele foi localizado vivo, com o braço quebrado e lesões nas pernas, na manhã do dia seguinte. Na época do crime, os quatro policiais detidos durante a operação, estavam lotados na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). 

A maioria dos militares investigados trabalhava para o deputado Jalser Renier (Solidariedade). Ele era presidente ALE-RR. Ao todo, o Gaeco e Sesp cumpriram sete mandados de prisão, seis contra policiais militares, entre eles, um coronel aposentado e um major, e o sétimo contra um ex-servidor da Casa Legislativa

Também foram cumpridas 14 ordens de busca e apreensão. Os quatro presos foram identificados como: Paulo Cézar de Lima Gomes (coronel da PM aposentado),  Vilson Carlos Pereira Araújo (major da PM), Nadson José Carvalho Nunes (subtenente da PM) e Clóvis Romero Magalhães Souza (subtenente da PM).

Três mandados ainda não foram cumpridos. Eles foram expedidos nos nomes de Gregory Thomas Brashe Júnior (sargento da PM), Thiago de Oliveira Cavalcante Teles (soldado da PM) e Luciano Benedito Valério (ex-servidor da ALE-RR).

De acordo com o  Portal da Transparência da Assembleia, na época do crime, Paulo Cézar de Lima Gomes estava no cargo de subchefe do gabinete militar. O salário da função era de R$ 11,3 mil. Clóvis Romero Magalhães Souza recebia R$ 4,3 mil, Gregory Thomaz Brashe Júnior R$ 4,3 mil e Nadson José Carvalho Nunes R$ 1,3 mil.

O major Vilson Carlos Pereira Araújo e o soldado Thiago de Oliveira Cavalcante Teles, também citados nas investigações, não aparecem na folha de pagamento. O subtenente Nadson José  chegou a receber da Câmara de Boa Vista uma medalha de honra ao mérito, em novembro de 2020.

Por meio de nota, o deputado Jalser Renier disse estar surpreso e informa que desconhece o teor das investigações. Explica que a escolha dos policiais militares para compor a Casa Militar da ALE-RR segue critérios técnicos e todos os militares escolhidos são idôneos, com ficha exemplar. Enfatiza que acredita na Justiça e espera que o caso seja solucionado a contento.

Assembleia

A Assembleia Legislativa de Roraima informa que o processo envolvendo o sequestro e tortura do jornalista Romano dos Anjos está sob segredo de justiça e que a Casa tomou conhecimento dos fatos pela imprensa. Ressalta, ainda, que os investigados não fazem mais parte do quadro de servidores na atual gestão.

“A Mesa Diretora repudia atos que violem os direitos de quaisquer pessoas, notadamente aqueles praticados contra a liberdade de expressão e a ordem democrática. O Poder Legislativo Estadual acredita e apoia o trabalho do Poder Judiciário, Ministério Público e dos órgãos de investigação para a solução do caso e responsabilização dos culpados”.

 Relembre o caso 

romano 2

O sequestro do jornalista Romano dos Anjos ocorreu no dia 26 de outubro do ano passado. Homens o tiraram de casa e o torturaram. Em seguida, o deixaram em uma área de mata na região do Bom Intento, na zona rural de Boa Vista.

Romano estava com pés e mãos amarrados com fita adesiva, mas conseguiu se soltar. Como resultado, ele passou toda a noite próximo a uma árvore no Bom Intento. O carro do jornalista foi queimado pelos criminosos.

O jornalista gritou por socorro durante as 12 horas que ficou desaparecido e esperou amanhecer. Romano conseguiu tirar a venda com ajuda da ponta de um galho, avistou  uma motocicleta e pediu ajuda. 

Foi o motociclista funcionário da concessionária de energia que acionou a Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)

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