Em seu depoimento na CPMI Silviney destacou que nordesde e norte ficaram na quarta posição de fiscalização de veículos, atrás do sudeste, sul e centro-oeste
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PAÍS
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silviney Vasques, em seu depoimento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, nesta terça-feira (20), desmentiu que a corporação tenha feito ações para prejudicar as eleições de 2022.
Em seu discurso Silviney explicou objetivamente sobre a região nordeste, onde a PRF foi apontada como autora de obstruções e excessiva fiscalização com objetivo de beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele explicou que a corporação atuou em 694 pontos em 30 de outubro de 2022 em todo país, 25 eram na região Nordeste, que teve apenas 26 veículos fiscalizados, ficando na quarta posição de fiscalização juntamente com o norte. As primeiras regiões com mais revista em veículos e condutores foram o sudeste, sul e centro-oeste.
Em relação a determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Silviney destacou que mesmo com o recebimento do pedido do ministro Alexandre de Moraes, na noite anterior ao pleito, com a autorização de transportes coletivos intermunicipais e interestaduais, todas as medidas de cumprimentos das recomendações foram aplicadas.
“Mesmo com a recomendação às 23h, do dia 29, rapidamente, em apenas 2h, a gente já encaminhou isso. Os documentos foram encaminhados para todas as autoridades no Brasil, todas as superintendências, determinando o fiel cumprimento do documento do ministro Alexandre de Moraes “, declarou.
“Não existe qualquer tipo de omissão por parte de qualquer gestor da Polícia Rodoviária Federal, em qualquer estado da federação”, complementou.
Outro esclarecimento apresentado na CPMI que não condiz com a realidade, segundo o depoente, é a própria insatisfação de policiais em relação ao governo anterior pelo veto do ministério da economia com o aumento salarial em 2019 e as mudanças da reforma tributária.
“Grande parte de nossos policiais também eram eleitores do presidente eleito Lula. Não há, é um crime impossível, que não ocorreu e não tem como. Como falaríamos com 13 mil policiais, qual a forma criminosa de operar”, disse o ex-diretor.
“Naquele dia a gente falava, mas a imprensa não queria saber. O momento estava muito quente, o problema era político, não de segurança”, afirmou.
Segundo o ex-diretor, todas as argumentações e esclarecimentos prestados durante a CPMI de 8 de janeiro estão documentados. Para ele, a instituição colaborou e obedeceu todos os requisitos do pleito.
Durante o discurso Silviney, voltando a citar a região nordeste, mencionou que a PRF atuou em 184 pontos onde foi registrado, com base nos dados do TSE, 0,13% de abstenção de votos e que a PRF tem como prova que apenas 3% dos veículos fiscalizados foram ônibus.
“Dos 1.754 municípios fiscalizados, a Polícia Federal recolheu um ônibus, porque o motorista estava sem carteira, um ônibus sem o parachoque, um com o vidro quebrado e um sem retrovisor. Em todas as situações nenhum policial teria condições de deixar liberar. Inclusive um deles estava desocupado”, frisou o ex-diretor.
Finalizando seu depoimento, Silviney chegou a criticar a imprensa, pelas circulações de notícias sem fundamento, que prejudicava a imagem da corporação.
“Há muito tempo eu estava com vontade de falar. Mas vai falar como? A gente respondia os e-mails da imprensa e não se publicava nada, pelo contrário queriam humilhar as pessoas, uma instituição dessas honrada.”, lamentou.
Veja o depoimento:
Foto Hugo Barreto/Metrópoles
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