O MPF enviou o ofício com as requisições também ao procurador-geral do Estado e ao titular da Seduc. O prazo para resposta é de 24 horas
Venha fazer parte do nosso grupo do Whatsapp e receba em primeira mão as notícias do momento!
O Ministério Público Federal (MPF) requisitou ao governador do Pará, na noite desta quinta-feira (23), que informe e comprove quais medidas serão adotadas, pelo governo estadual, para garantir, efetivamente, a representatividade adequada dos povos indígenas de todas as regiões do estado nas tratativas relacionadas à educação.
Membros do MPF com atuação em todo o Pará requisitam que seja garantida a representatividade adequada dos povos indígenas para qualquer tentativa de acordo de desmobilização voluntária da ocupação popular da sede da Secretaria Estadual da Educação (Seduc), em Belém.
A representatividade adequada também deve ser garantida no contexto de debates sobre propostas para a regulamentação da educação indígena, incluindo a formação de comissões ou as iniciativas citadas no decreto que instituiu Grupo de Trabalho (GT) para elaborar o projeto de lei da política estadual de educação escolar indígena, aponta o MPF.
Para assegurar a representatividade adequada dos povos indígenas de todas as regiões do Pará, é preciso que sejam respeitadas e consideradas suas organizações sociopolíticas e autonomia, sob risco de ocorrerem violações à Constituição ou à Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O MPF enviou o ofício com as requisições também ao procurador-geral do Estado e ao titular da Seduc. O prazo para resposta é de 24 horas.
Tratativas sem representatividade – As requisições foram motivadas por uma série de preocupações do MPF relacionadas à forma como o governo do Pará tem conduzido as negociações com os povos indígenas, especialmente no contexto da ocupação da sede da Seduc, iniciada no último dia 14, e da criação de GT para elaborar projeto de lei da política estadual de educação escolar indígena.
O MPF destaca que a Convenção 169 da OIT, ratificada pelo Brasil, garante aos povos indígenas o direito à participação e à Consulta Prévia, Livre e Informada (CPLI) em decisões que os afetem. Essa consulta deve ocorrer por meio de procedimentos apropriados e culturalmente adequados, respeitando as instituições representativas dos povos indígenas. O Supremo Tribunal Federal (STF) também corrobora a necessidade da CPLI.
No caso em questão, o MPF identificou diversas irregularidades no processo de diálogo entre o governo do Pará e os povos indígenas. A criação do GT para elaborar a nova política de educação indígena não conta com a representatividade adequada e não está claro como essa representatividade será garantida, principalmente no que se refere às etnias que estão realizando a ocupação popular da Seduc, alertam procuradoras e procuradores da República.
Para o MPF, a mera indicação de nomes para o GT pela Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) não garante a representatividade adequada dos povos indígenas do estado, especialmente porque não assegura que os representantes sejam escolhidos por suas bases comunitárias, de acordo com suas próprias formas de organização social. Há um risco concreto de que os povos indígenas que ocupam a Seduc, em sua maioria da região oeste do Pará (que representa cerca de 60% da população indígena do estado), e outros povos de outras regiões do Pará, como parte dos próprios Tembé, sejam excluídos do processo de tomada de decisão.
Acordo contestado – Além disso, o MPF aponta que o governo do Pará propôs um acordo de desocupação da Seduc em um processo judicial, negociado apenas com a Fepipa, sem a participação dos indígenas que ocupam o prédio. Os ocupantes, em carta aberta, repudiaram a proposta do governo e não reconheceram a reunião que resultou no suposto acordo. Eles também reiteraram que só aceitarão a criação de um GT após a revogação da Lei Estadual 10.820/2024, que motivou a ocupação.
A norma, aprovada pela Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) em regime de urgência durante a 36ª sessão ordinária de 2024 – última do ano – sem diálogo prévio com as categorias e comunidades afetadas, precariza o Sistema de Organização Modular de Ensino (Some) e o Sistema de Organização Modular de Ensino Indígena (Somei), que garantem o ensino médio presencial em comunidades tradicionais.
Leia mais: Helder Barbalho comemora escolha de embaixador para presidir a COP30
Janaína Jamilla anunciou sua saída do Fundo Manaus Solidária após dois meses no cargo. Em postagem nas redes sociais, afirmou que deixará a função para se dedicar aos negócios e à família. Nomeada em janeiro, sua escolha foi questionada por falta de formação técnica na área. Ex-candidata pelo Avante, ocupava um cargo equivalente a subsecretária, com salário de R$ 22 mil. Em sua despedida, destacou projetos que coordenou, mas não mencionou o prefeito David Almeida ou a primeira-dama.
O governo Lula (PT) enfrenta uma denúncia no TCU sobre o aumento nos gastos com publicidade, que devem atingir R$ 3,5 bilhões em 2025. A ação, apresentada pelo deputado Sanderson (PL-RS), pede a suspensão das licitações até análise do tribunal. O valor representa um aumento de 40% em relação ao governo Bolsonaro. A Secom terá R$ 562,5 milhões, enquanto outros 20 órgãos somam R$ 3 bilhões. O caso ganhou repercussão após reportagem da Folha de S.Paulo.
O presidente da ALEAM, Roberto Cidade (UB), anunciou nesta quarta-feira (12) que a realização de concurso público é prioridade. Um grupo de trabalho já foi formado para definir o cronograma, desde o certame até a convocação dos aprovados. Cidade garantiu transparência e foco em cargos estratégicos para aprimorar o funcionamento legislativo. Ele também destacou seu histórico de valorização dos servidores, mencionando ser o único presidente da Casa nos últimos dez anos a conceder reajustes com ganho real.
Nesta quarta-feira (12), a Câmara Municipal de Manaus rejeitou um requerimento do vereador Rodrigo Guedes (Progressistas) que solicitava informações e investigação sobre a viagem do prefeito David Almeida e sua esposa ao Caribe. O pedido foi derrubado por 24 votos contrários, 11 favoráveis, 5 ausências e 1 abstenção. Fornecedores da Prefeitura também acompanharam o prefeito durante o Carnaval na ilha caribenha de Saint Barthélemy, levantando questionamentos sobre transparência.
O vereador Rodrigo Guedes (PP) propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os empréstimos de cerca de R$ 2 bilhões contraídos pela Prefeitura de Manaus, alegando falta de transparência na aplicação dos recursos. Ele aguarda um novo pedido de empréstimo de R$ 2 a R$ 2,5 bilhões e questiona se os valores foram investidos em infraestrutura, dada a persistência de alagamentos na cidade. Guedes também criticou a recente viagem do prefeito David Almeida ao Caribe com fornecedores da prefeitura, afirmando que isso gerou indignação na população e que sua solicitação de explicações pode não ser votada devido a estratégias da base governista.
Deixe um comentário