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Álvaro Ma Corado

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Uma direita ingênua merece ser dividida e vencida

A quem interessa uma guerra entre nomes fortes da direita no Amazonas? Amanheci com esta pergunta na cabeça, depois de testemunhar dias de “troca de farpas” entre o Cap. Alberto Neto e Coronel Menezes. Em jogo, a indicação do PL, partido de Bolsonaro, à prefeitura de Manaus em 2024.

Quem briga por uma indicação um ano antes do início do pleito? Ninguém. Sobre isso eu tenho uma única certeza: o nome à disputa sempre será um nome de consenso, de alinhamentos, um nome cozinhado, preparado e azeitado, nunca será uma obra fictícia de desejos pessoais.

Ao invés de construírem esse consenso, internamente, sem tanta influência externa, há uma certa inexperiência política que permite que, tanto Alberto Neto quanto Coronel Menezes sejam claramente manipulados, divididos, por figurões do centro e, pasmem, da esquerda. Ou seja, enquanto os dois rosnam, eles riem e comemoram.

O mais impressionante disso tudo é que em Manaus o eleitorado irá concentrar seus votos de direita em quem o movimento decidir apoiar, mas, estão terceirizando isso para Alfredo Nascimento, ex-ministro dos transportes de Lula e Omar Aziz, presidente da CPI da Pandemia, feita exclusivamente para ajudar na desconstrução de Bolsonaro, vai entender…

Mas, é preciso dizer que ambos são adultos e obrigatoriamente precisam fazer todas as leituras possíveis do cenário, só não podem se ajoelhar à vontade de quem está “do outro lado” da disputa.

Um, acredita no velho “canto da sereia”, numa pseudo força tradicional, que não tem mais apoio popular, mas que lhe garante, ao pé do ouvido, o melhor futuro que a política pode oferecer. É a própria bruxa oferecendo a maçã para a Branca de Neve, e parece que, no nosso caso, já até mordeu.

O outro, é jogado nas armadilhas da mídia mantida pelos seus opositores, todos os dias, e não percebe que a tática é a mesma usada contra Bolsonaro: desgastar o quanto possível até que nem o mais fiel eleitor da direita o considere uma opção. Se entrega ao mais cruel dos erros políticos: agir pela emoção. É como um cão que você vai jogando migalhas ao longo do caminho até o precipício, quando o cão percebe, já é tarde.

Diferente dos dois, que naturalmente têm os votos da direita, os outros, que não os tem, vão jogando com estas e tantas outras armas quanto forem necessárias para derrotar seus oponentes, antes mesmo da guerra eleitoral começar, pois sabem que, no confronto direto, atualmente, a direita é uma força imensurável. Errado não está.

Temos algumas vítimas históricas desse “jeito político”, cito: Marcos Rotta, que há tempos merecia ter sido protagonista e hoje navega, eleição após eleição, à reboque da vontade dos mesmos; Ele é o que “eles” querem que ele seja, e só; e Marcelo Ramos, que “ajoelharam-no no milho” de vez, reduzindo um futuro brilhante no comando dos mais altos cargos, com forte apoio popular, à uma posição de “cachorro de briga” quando os convém. Ambos mereciam muito mais, pelo sentimento que despertaram na sociedade, mas…

É preciso registrar que o eleitor de direita perde as eleições em Manaus há pelo menos dois pleitos, mesmo tendo registrado nas urnas uma esmagadora maioria de intenções de voto. Enquanto isso, os “ditos” odiados, acabados e desgastados, mesmo somando a maior rejeição do Amazonas, continuam se reelegendo, pleito após pleito, com certa maestria. Pura habilidade.

Volto à pergunta inicial: a quem interessa essa divisão de nomes fortes à direita da disputa municipal?

David Almeida certamente deve estar vibrando. O atual prefeito, parece de direita, tem valores de direita, se veste como direita, mas nunca foi direita. Lembro que, no momento mais crítico da disputa presidencial de 2022, ele foi um “soldado” importante para reeleger Omar Aziz ao senado. Manteve a “corda tesa” o tempo todo contra o principal candidato da direita, bancou até uma “pseudo” candidatura ao cargo, que sequer tinha validade no TRE e confundiu pelo menos importantes 5% dos votos do candidato que ameaçava a reeleição do presidente da CPI da COVID.

E não foi só isso, o prefeito de Manaus, no momento mais crítico da disputa pela presidência, desgastou a imagem de Bolsonaro dentre de um limite que não o comprometesse, se protegeu em uma suposta “defesa dos interesses da ZFM” que não vemos, por exemplo, no atual debate da Reforma Tributária, que curiosamente todos os políticos ligados à Omar apoiam. Estranho não? À época, atacou também a economia de Paulo Guedes e até vestiu camisa vermelha e Boné do MST.

Agora, sem partido que lhe garanta tempo de TV e fundo oficial que cubra os gastos de campanha, usa essa proximidade de Omar com Alfredo Nascimento para conseguir um espaço no PL. Em troca oferece um caminho mais fácil para o partido ter uma importante prefeitura na Amazônia. Parece bom, mas, será que ter uma prefeitura do PL é o mesmo que ter uma prefeitura de direita?

A ideia, em resumo, neutraliza a possibilidade de uma gestão genuinamente de direita (Alberto Neto ou Menezes). Alberto aceitando abrir mão do protagonismo para ser vice-prefeito, coloca Alfredo Nascimento na Câmara federal e tira Menezes da disputa (se este não trocar de partido). Omar Aziz e David Almeida tiram assim a possibilidade da direita chegar ao posto mais alto no executivo municipal e ganham mais pontos com Lula, que tem como desafio de poder impedir que Bolsonaro avance entre prefeituras e câmaras municipais de todo país. O plano perfeito!

David só está esquecendo de uma peça importante, mais uma vez: o governador Wilson Lima. A chance de Alberto Neto ser o indicado de Wilson a vice na chapa é próxima de zero, a não ser que David planeje não honrar o acordo com o governador. Para Alberto Neto, fica o alerta: o perigo é acabar em uma salinha 3×4 na PMM com 2 assessores, tendo dificuldades de defender valores da Direita em uma gestão “Melancia”, nada além disso e se ganhar a eleição.

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ATENÇÃO: O texto acima é de caráter opinativo, logo, as informações e crenças expressas nele não refletem essencialmente o pensamento do site O PODER e são de inteira responsabilidade de seus autores.

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