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Guilherme Andrade

João Guilherme Barbosa Andrade, 25 anos, psicoterapeuta, e estudioso da área de ciências humanas. Ele destaca-se com seu conhecimento em Ciências Políticas (completa sua graduação nos Estados Unidos), Filosofia, História, Antropologia, Economia e Psicologia. Atua como terapeuta de jovens e adultos, e trabalha para que as pessoas tenham uma vida de virtudes bem fundamentada e exercida. Criador do curso “Educação da Imaginação” para jovens de 8 a 13 anos, e atende cerca de 30 pessoas por semana. Além disso, é católico, casado e pai. Promove através de seu conhecimento e de seu exemplo, uma maneira de se ter mais consciência sobre todos os fatores que influenciam no pensamento e comportamento humano.
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Sinuca de bico para Alexandre, o pretenso Grande

A tomada de poder pelo que conhecemos na ciência política se dá por três bases principais: Militar, Política e Econômica.

Conquanto que exista uma premissa – falsificada, muita das vezes – sobre como se consegue ter um aparato político exercendo um papel a seu favor, as pessoas leigas e curiosas de notícias tendem a colocar somente esses 3 fatores como a chave do sucesso.

Na realidade, é muito diferente. Quem exerce seu poder não está em uma superestrutura institucional, mas documentando e proliferando ideias a serem impostas na sociedade.

Auguste Comte, filósofo e cientista do século XIX, dizia “os vivos são governados pelas ideias dos filósofos mortos”. Já que essa frase se tornou uma lei de análise política, precisamos perceber o seu eco na sociedade corrente, principalmente em relação ao Ministro Alexandre de Moraes.

Moraes não é, de forma alguma, um livre-pensador. Ao contrário, constitui-se de uma simbiose de vários filósofos, políticos e juristas do passado. Maquiavel, em seu famoso livro, “O Príncipe”, oferece a ideia de um imperativo categórico, em que o rei não necessariamente precisa ter a mais mínima virtude moral, mas trabalhar para que os leigos – seus súditos, em sua visão – o vejam como um poço de honestidade, justiça e amabilidade.

Dessa forma, o mais importante não é a virtude em si mesma, mas a maquiagem que é colocada para que o público o enxergue da forma mais agradável possível. Com isso, pode-se exercer seu poder sem que haja críticas contundentes, pois há uma metamorfose de “rostos” a serem expostos aos leigos. Porém, caso haja dissidentes do exercício de poder do rei, basta que sejam eliminados. Tornando, assim, o senso comum sempre a favor do “Príncipe”.

Ao mesmo tempo, Moraes, compreendendo o mundo tecnológico que vivemos, incorporou-se no “Grande Irmão” da distopia de George Orwell. Nunca a frase de Hugo von Hofmannsthal fez tanto sentido: Nada está na realidade política de um país se não estiver primeiro na sua literatura. Orwell escreveu seu livro em 1947, momento em que queria mostrar ao mundo as imposturas de Stálin. O livro “1984” conta sobre uma sociedade completamente vigiada pelo “Grande Irmão” no qual observa tudo o que é dito e feito, inclusive em suas casas. A liberdade, na verdade, é uma escravidão. O Ministério da Verdade trabalha para a mentira e para apagar qualquer fato histórico que não esteja de acordo com o desejo do “Grande Irmão”. Para isso, obviamente, é necessário censurar e criar uma linguagem – que o autor chama de novilíngua. Nenhum jornal, nenhuma conversa, nenhum ambiente podem falar contra o chefe da nação. Caso aconteça, aí meu amigo, existem pessoas para te delatar ao governo e você irá para prisão. É claro que isso não passa de literatura fantasiosa, não é?

Sem mais referências, acredito que todos entenderam o ponto. O Ministro Alexandre de Moraes acreditou piamente que poderia ser o novo Alexandre, o Grande. Esqueceu-se, porém, que o verdadeiro Alexandre desejava criar uma civilização com bases nos valores filosóficos de Aristóteles, na conquista de virtudes e da moral. Afinal, seu professor é o criador da ética da qual conhecemos hoje. Conseguiu, através de muito esforço e sacrifício pessoal, originar a Macedônia. Tinha um projeto de construção e não de destruição.

Elon Musk, diferentemente de seu adversário, acredita em uma ideia fundamental para a consolidação de uma democracia: A liberdade de expressão. A sua luta não é por política partidária, mas por um valor que transcende o ser humano. Acredita que, sem ela, não há uma sociedade saudável e proeminente. Apesar de ser apenas um empresário bem-sucedido – um dos homens mais ricos do mundo –, sabe que o capitalismo só subsiste em um país livre de tiranias.

Moraes está em uma sinuca de bico que só tem duas opções: ser ridicularizado e humilhado por um estrangeiro bilionário ou dobrar a aposta. As duas linhas levam ao seu declínio, pois, dizia Lord Acton, “o poder corrompe e o poder absoluto corrompe absolutamente”. Ele irá dobrar a aposta, muito provavelmente.

A derrocada não se dará por Elon Musk – este é apenas um acendedor de pavio. Ele será sucumbido pelo sistema que o permitiu chegar até aqui.

No jogo político real, quem manda não é quem dá as caras e que pode mostrar suas vicissitudes, mas o agente regulador de todas as ideias e políticas que serão impostas. E eles – ah, Alexandre! – não irão aceitar um vexame mundial.

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ATENÇÃO: O texto acima é de caráter opinativo, logo, as informações e crenças expressas nele não refletem essencialmente o pensamento do site O PODER e são de inteira responsabilidade de seus autores.

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