O último grande líder político amazonense desaparece da nossa convivência, nascido na
terra amazonense de Eirunepé – legitimo nativo amazonense. Faz parte da seleta lista de
lideres oriundos do interior – Álvaro Maia, Plinio Coelho, José Lindoso, Fábio Lucena,
José Esteves, Pereira da Silva -, não mais visíveis no cenário atual. O que é trágico pela
predominância de pessoas vinda de outros Estados, sem o sentimento do verdadeiro
pertencimento de ser amazonense.
Amazonino, figura proeminente registra na nossa história – com repetidas vezes no
comando dos maiores cargos políticos – uma dominância incomum com lideranças
legitimadas pela população. A característica que o distingue dos demais é a história
pessoal dele: a biografia pessoal arraigada na origem telúrica da amazonidade, oriunda
do berço humilde do interior, com laços há muito nas militâncias nas hostes da política
amazonense, além, é claro, maneira de tratar os amigos e o povão. Não se trata de
perfeição, mas distinção entre o perfil pessoal dele. É uma observação pessoal do autor,
sem qualquer conotação de denegri-lo ou exortá-lo: uma versão da história política
contemporânea do Amazonas.
Amazonino é lenda, um exagero é claro. Grande “Monstro da Selva” -saudado em
palanque na inauguração da Estrada BR 317, um Bicho Folharal”, um “Jurupari Taraca”
ou um “Mapinguari?” -, muito pela força, da coragem, da vontade de realizar, com uma
característica inigualável da persuasão de convencer, como um mágico. Foi um grande
tribuno.
Como gestor público, com erros e com mais acertos deixou um grande legado as
gerações presentes e futuras, formou liderança políticas, enriqueceu muitos amigos,
amigos de amigos. Articulou crises e situações nos imbróglio das disputas eleitorais.
Muito culto, possuidor de uma ampla visão mundo, dos problemas, do futuro.
Incapaz de reagir ante a insensatez da morte frente a vida e ter que aceitar a sensatez da
certeza que se morre, sempre, por isso a minha homenagem ao Amazonino, o Negão,
um poema que resume a vida. Vestígios: Quero cantar a canção da vida e olhar aqui de
cima. Quando já vejo a noite chegar mais cedo, voltar pra trás e olhar os vestígios deixados.
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