Embora criticada, vejo com absoluta tranquilidade a ida do prefeito David Almeida para Brasília; ideologia alguma é mais importante do que os interesses dos moradores de Manaus, principalmente aqueles que vivem em situação sub-humana. Pouco importa a ideologia do presidente que está no poder, o dinheiro público não é do Lula. O recurso público é justamente das pessoas que mais precisam do Estado como garantidor de direitos e dignidade.
Alguns conceitos que costumamos usar diariamente em política como: base, situação, oposição, em regra, são termos utilizados para explicar a atuação de parlamentares em relação ao governo que lhe cabe fiscalizar. Cabe a um parlamentar, se quiser, se denominar com essas expressões.
Quando olhamos para o Poder Executivo (prefeito, governador e presidente), essa nomenclatura já não é a ideal, uma vez que em um sistema republicano saudável, esses entes não são nem base, nem oposição em relação ao outro. Isso não quer dizer que tal cenário não possa ocorrer, mas trata-se de uma excepcionalidade.
Em resumo, não faz sentido, do ponto de vista da efetividade das políticas públicas, um prefeito ou um governador se classificarem como “oposição ao presidente”. De igual modo, o contrário também seria bizarro, o presidente da República afirmando ser oposição a um governador ou a um prefeito.
Essa atitude seria no mínimo antirrepublicana e feriria de morte o princípio da impessoalidade do Art.37 da Constituição de 88.
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