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Joaquim Corado

Advogado e contador, com mestrado em Ciências Contábeis e pós-graduação em Gestão Municipal. Experiência como auditor tributário, professor na FES/UFAM e no IBAM/RJ, deputado estadual, prefeito municipal e em cargos de gestão pública, incluindo a SUFRAMA e a SEFAZ/AM. Também atuou como presidente do SINDIFISCO/AM e diretor da Associação Amazonense dos Municípios. Além disso, é consultor, formulador de políticas públicas e escritor.
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Meio Ambiente, devastação da floresta

– A pobreza e a falta de educação é que devasta a floresta. É uma grande falácia; não cabe essa justificativa de governante qualquer, principalmente se ocupante de cargo de comando do governo, de alta relevância e responsabilidade sobre as questões sociais e ambientais do cidadão que vive ocupando a floresta amazônica, pela simples razão de que o cidadão empobrecido do interior, historicamente e por herança indígena vem extraindo dos recursos naturais apenas para a sua sobrevivência – quem devasta é o empresário em busca de lucros com os negócios da floresta e dos recursos naturais é o capital em busca de renda.

A visão é torpe e demonstra a falta de preparo do dirigente para enfrentar a questão ou é uma desculpa para encobrir a falta de política séria e eficiente que produza resultados futuros – afinal a pobreza e a educação devem ser combatidas com programas governamentais sérios. Além de é claro uma política de desenvolvimento sustentável que possa promover a inclusão do abandonado cidadão interiorano – a exclusão social em que o cidadão está exposto não lhe fornece informações –, vivendo pior do que o caipira paulista há cinqüenta anos.

O discurso oficial sobre os resultados alcançados com os programas de governo Bolsa Família, Salário Defeso aos pescadores e outros não condiz com a realidade em que se vive, são programas que servem muito mais como marketing oficial para mostrar resultados merecedores de um “Oscar” de efeitos especiais que mascaram muito bem a realidade existente para quem não a conhece – e tem surtido os intencionais efeitos positivos apenas para o chefe de governo – o público externo, quem está fora do permeio da infeliz e insignificante vida do cidadão interiorano e a floresta.

Não dá para aceitar, por mais boa vontade, conhecendo o cotidiano da vida interiorana, que esses Programas tenham produzido o crescimento de 30% da renda familiar do cidadão morador da floresta com os valores médios recebidos dos tais programa – é admitir que com tal valor a renda familiar bruta não atinge a 1.200 reais por mês. Menos ainda, é admitir em sã consciência que os Programas sejam um fator de desenvolvimento para o interior do estado – os dados não revelam resultados positivos para tais afirmações.

Por outro lado, a educação praticada no interior é ineficiente e deficiente: os resultados do ENEM e Olimpíadas Estudantis são a prova disso, o ensino fundamental no âmbito municipal com escolas inadequadas, turmas multiseriais, professores leigos, hora aula insuficiente acontecendo no presente, mostra a ineficiência do governo com a educação. Mas, na propaganda, nos discursos tudo vai bem e os resultados são positivos. Ilações estapafúrdias do governante para iludir o incauto cidadão.

O pior é que, com isso, a coisa vai acontecendo, ninguém contesta. Cadê a universidade, os especialistas, a mídia? Todos ficam surdos e mudos, comportamento que o governante deseja, aproveita, sem qualquer constrangimento para continuar agindo da mesma maneira. O resultado de tudo isso é que não dá para acreditar. A questão não é somente com o meio ambiente, pela fala do governante sobre o assunto dá para iluir que em outros campos o governo vai mal. A realidade é bem diferente: quando se sai da capital – com o nível de vida do século 21 – depara-se com o cotidiano do século 19 na realidade interiorana.

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ATENÇÃO: O texto acima é de caráter opinativo, logo, as informações e crenças expressas nele não refletem essencialmente o pensamento do site O PODER e são de inteira responsabilidade de seus autores.

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