Culpar os outros pelos seus problemas é, sem dúvidas, um completo desperdício de tempo. Quando isso acontece, a pessoa nada aprende, não consegue crescer, tampouco fazer sua vida melhorar.
Jordan Peterson, professor e psicólogo canadense, autor do best-seller mundial “12 regras para vida – um antídoto para o caos” – propõe em seu livro dois tipos fundamentais de posturas que as pessoas têm perante a vida e os sofrimentos cotidianos: colocar a culpa no mundo ou perguntar-se o que poderia ser feito de forma diferente.
Imagine, por exemplo, um casal à beira do divórcio. O marido infeliz relembra das coisas terríveis que sua mulher fez de errado e a esposa magoada, por sua vez, é capaz de descrever todas as vezes que seu marido a decepcionou. Cada uma tem uma lista interminável de mudanças a propor ao outro. Suas perspectivas para reconciliação são sinistras porque outras pessoas não são o problema. Eles são o problema.
Você não pode mudar as outras pessoas, mas você pode mudar a si mesmo. Mas isso é trabalhoso. É muito mais fácil – e mais tentador – culpar qualquer outra pessoa por nossa própria infelicidade. Não é verdade?
O poeta americano T. S. Eliot em uma de suas principais peças apresenta uma personagem passando por sérias dificuldades que a levam a procurar um psicólogo.
Ela fala com o profissional sobre sua profunda infelicidade. Diz ter esperança de que seu sofrimento seja totalmente culpa sua, surpreendendo seu psicanalista ao afirmar que se tudo for culpa dela, ela poderá fazer algo a respeito. Entretanto, se isso fizer parte da própria natureza do mundo, ela estaria condenada, pois não poderia mudar nada, além de si mesma.
É fato que há sim pessoas que parecem estar destinadas a um destino terrível. Mas a maioria de nós tem a chance de tornar nossas vidas melhores. Como? Começando pequeno, aproveitando totalmente as oportunidades oferecidas.
O início do processo parte de atuar com capacidade máxima no trabalho, escola, faculdade, academia, em tudo. Ou seja, colocar primeiro a própria casa em ordem e não caia na tentação de aderir ao sedutor pensamento revolucionário.
O filósofo Olavo de Carvalho define a mentalidade revolucionária como um estado de espírito, permanente ou transitório, no qual o indivíduo ou grupo se crê habilitado a remodelar o conjunto da sociedade. No entanto, na maioria das vezes essa figura que se julga portadora das soluções dos problemas do mundo, não encontra-se apto sequer para arrumar o próprio quarto, pagar as próprias contas, em suma, resolver os seus próprios problemas cotidianos.
Você procrastina, se atrasa, gasta mais do que tem, bebe mais do que deveria? Independente de valores morais externos, escute sua própria consciência. O que poderia corrigir imediatamente? Corrija agora.
Adotando tal postura, sua vida indubitavelmente mudará, você se tornará mais calmo, produtivo e agradável depois de alguns dias, semanas ou meses de esforço atento.
Sua mente ficará limpa, sua vida menos trágica e você se tornará mais confiante.
Diferenciar o certo do errado ficará cada vez mais claro, e você deixará de boicotar a si mesmo.
A vida continuará sendo difícil, sofrimentos sempre existirão, é o preço de estar vivo. Mas talvez você se torne forte o suficiente para aceitar esse fardo, passando a agir com alguma nobreza e encontrando um propósito maior que a sua própria existência.
A maneira correta de se consertar o mundo não é consertando o mundo. Não há motivos pra presumir que alguém reúna as condições necessárias para essa árdua tarefa. Mas você pode consertar a si mesmo e não fará mal a ninguém fazendo isso. E se todas as pessoas fizessem isso, talvez o mundo se tornaria um lugar um pouco melhor.
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