Manaus-AM- Atingir o mais alto grau na carreira da magistratura da Justiça Estadual é um sonho acalentado por muitos juízes e durante a posse dos dois novos desembargadores do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), na manhã desta quinta-feira (20/5), a emoção marcou os discursos dos mais novos integrantes da Corte: Onilza Gerth e Abraham […]
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Manaus-AM- Atingir o mais alto grau na carreira da magistratura da Justiça Estadual é um sonho acalentado por muitos juízes e durante a posse dos dois novos desembargadores do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), na manhã desta quinta-feira (20/5), a emoção marcou os discursos dos mais novos integrantes da Corte: Onilza Gerth e Abraham Campos Filho.
Primeira a discursar, a desembargadora Onilza Gerth, que foi promovida ao cargo pelo critério de antiguidade, na vaga deixada com a aposentadoria do desembargador Sabino Marques, falou um pouco da sua trajetória no Judiciário e o desejo em prestar um serviço à sociedade, através do Direito. Também ressaltou os ensinamentos dos pais e agradeceu a todos que a ajudaram nessa caminhada.
“Tenho gratidão pelos ensinamentos que recebi dos meus pais, que sabiam do valor e da importância da instrução, do conhecimento. Lembro que eu e meus irmãos crescemos ouvindo meu pai (já falecido) dizendo para estudarmos e praticarmos o bem”, recordou a desembargadora Onilza Gerth. Ela continuou seu discurso lembrando do sonho de ser, inicialmente, professora, depois médica, e por fim, acabou se inscrevendo em Direito. “Depois que ingressei na magistratura, o sonho do meu pai e o meu também, era chegar ao cargo de desembargadora. E hoje aqui estou”, disse, emocionada.
Ela comentou a respeito das experiências vividas nas comarcas em que atuou e de algumas histórias. “Com a minha máquina de escrever fazia as sentenças. Já em Manaus, fui designada para a 8.ª Vara Cível, onde permaneci por 23 anos e agradeço a toda equipe que esteve comigo durante esse tempo. E sempre procurei estar atenta às mudanças sociais para atender melhor o jurisdicionado”, ressaltou Onilza, homenageando todas as pessoas que sofreram perdas de amigos e familiares pela covid-19, além de agradecer aos médicos e demais profissionais que estão na linha de frente no combate à doença no Brasil e no mundo.
O desembargador Abraham Campos Filho, em seu discurso, afirmou estar vivendo um momento ímpar na vida, com intensa emoção, e que tinha a exata consciência do cargo e suas atribuições. Continuou, ressaltando que daria prosseguimento ao seu trabalho, agora como desembargador, com a mesma responsabilidade e afinco, sem deixar de zelar pelo prestígio e autoridade das Leis e da Justiça.
Abraham, que assume a nova função pelo critério de merecimento na vaga aberta com a morte do desembargador Aristóteles Lima Thury, vítima da covid-19 em fevereiro deste ano, disse que esperava ficar à altura de seu antecessor. “Um amigo que passei a admirar mais ainda nos últimos anos em razão da nossa convivência mais próxima no Tribunal Regional Eleitoral, onde compúnhamos o Pleno”, ressaltou, e lembrou do dia em que ingressou na carreira da magistratura. “Foi em 27 de maio de 1993. Sob a condução do desembargador Alcemir Pessoa Figliuolo, presidente do Tribunal à época, tomei posse como juiz substituto de carreira. Tão logo encerrada a sessão de posse, rumei para o aeroporto para tomar um avião em direção a Tefé, para, em seguida, tomar um barco rumo à cidade de Jutaí, minha nova casa, minha Comarca. Viajei de 1h da tarde até 19h em uma pequena ‘voadeira’ para encontrar um barco a motor que fazia aquele trajeto de forma regular. Nele, embarquei para dormir até 5h da manhã, ocasião em que novamente retomei a viagem na voadeira para chegarmos a Jutaí por volta das 9 horas do dia seguinte, e assim entrar em exercício funcional. Uma verdadeira epopéia, porém, realizada com regozijo no peito, pois havia conseguido o que tanto almejara desde os tempos de faculdade: chegar à magistratura”, contou.
Ainda falando da sua experiência no interior, o desembargador Abraham enfatizou o aprendizado e disse que aprendeu com o caboclo da região, na sua simplicidade e humildade, “os rumos de uma vida”. “Agradeço por esse tempo. Na época, não havia TV a cabo, internet, telefone celular, não havia sequer telefone fixo ainda na cidade, mas agradeço pela oportunidade do rico aprendizado”, continuou Abraham.
Ele concluiu dizendo: “Muito se espera ouvir dos novéis ocupantes da segunda instância, sobre seus projetos para o trabalho a ser desenvolvido quando aqui chegam. Pois digo-vos que meu papel na Corte seguirá sendo o de sempre: distribuir a justiça com dedicação, zêlo, eficiência e, acima de tudo, serenidade. Tarefa da qual cuidei ao longo dos últimos 28 anos desde que nesta Casa cheguei”, declarou o novo desembargador e ainda fazendo um agradecimento aos familiares, amigos, magistrados e servidores do TJAM.
Covid-19
O presidente da Corte, desembargador Domingos Chalub, parabenizou os magistrados que ascenderam à desembargatória. “Sejam bem-vindos para integrar o colegiado do Pleno, recebam os nossos parabéns”. Ainda em seu discurso, Chalub comentou sobre a pandemia e os desafios que vêm sendo enfrentados. “A covid-19 ainda não terminou e continua desafiando cada vez mais. Não podemos baixar as armas”, disse o presidente do TJAM ao governador, prefeito e outras autoridades presentes. “A peste ainda não foi debelada. É um inimigo voraz”, continuou, homenageando todos os profissionais que têm trabalhado diuturnamente no combate à propagação da covid-19 e no tratamento dos doentes.
O governador do Amazonas, Wilson Lima, também comentou acerca dos desafios enfrentados pelo Estado em decorrência da pandemia de covid-19. “O TJAM dá mais um passo importante, seguindo o rito, e num momento tão difícil para o mundo em função da situação pandêmica que vivemos e que exige decisões excepcionais, que exigem equilíbrio e bom senso”, disse, durante a solenidade. Também comentou que o Amazonas vive ainda uma das maiores cheias dos últimos 100 anos, com dezenas de municípios duramente atingidos, além dos inúmeros desafios trazidos pela pandemia.
O governador disse que, em razão dessa crise, sempre haverá situações adversas e que os conflitos irão para a esfera do Poder Judiciário. Em relação a isso, citou que a experiência dos magistrados com o interior do Estado colabora para um maior entendimento da dinâmica social, principalmente nos municípios. “É desafiador promover a justiça no interior do Estado do Amazonas”, afirmou, concluindo que é necessário bom senso e equilíbrio diante de um momento tão caótico como o que estamos vivenciando. Cumprimentou os novos desembargadores e desejou sucesso a ambos.
*Assessoria de comunicação do TJ-AM
Fotos: Divulgação
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