Um laudo feito pelo professor Pablo Arantes, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), contratado pela defesa do juiz Eduardo Appio, concluiu que a voz que é ouvida ameaçando o filho do desembargador Marcelo Malucelli, entregue à justiça senador Sergio Moro (União-PR), não pode ser atribuída ao juiz Appio que chegou a ser afastado da 13ª Vara Federal de Curitiba.
“A razão para essa conclusão são a inespecificidade e baixo poder discriminatório das características linguísticas identificadas e analisadas no laudo“, alega o professor em seu parecer ao qual O Antagonista teve acesso. “Com base nas análises técnicas realizadas […]afirmo que o nível 0 seria o adequado para o caso, não se podendo corroborar, nem contradizer a hipótese de mesma origem para as vozes.”
De acordo com o laudo, o máximo que se permite dizer sobre as duas vozes que aparecem na gravação atribuídas à João Malucelli, filho do desembargador, e de Eduardo Appio, é de que seriam de indivíduos do sexo masculino com sotaque da região Sul do país.
“Eu insisto que esse não é o ponto principal desse caso. É ter afastado um juiz sem direito de defesa. Isso é grave. É o que nós estamos fazendo agora, mostrando que a voz não é dele“, declarou o advogado Pedro Serrano.
O juiz Eduardo Appio foi afastado cautelarmente pelo TRF4, no dia 22 de maio, suspeito de ser o autor de ligação com ameaças ao filho do desembargador Marcelo Malucelli, João Malucelli, sócio de Sergio Moro.
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