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Economia - 04 de fevereiro de 2022
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‘As Forças Armadas são as instituições mais democráticas e cumpridoras da lei’, diz atual comandante da Marinha em visita ao AM

O novo comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier Santos veio ao Amazonas para acompanhar uma série de ações de assistência hospitalar

Por: Brendo
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Manaus | AM

Na manhã desta sexta-feira (4), durante coletiva de imprensa na sede do 9º Distrito Naval, na capital do Estado, após iniciar agenda no Amazonas para acompanhar ações de assistência hospitalar com navios, na região da tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, o novo comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier Santos, foi questionado pelo site O PODER sobre como as Forças Armadas, em especial a Marinha, encaram o processo democrático.

Segundo analistas políticos, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), faz de ameaças de golpe um estilo de governar e preencheu o Governo Federal de militares. O chefe da Força Naval respondeu que, em sua concepção, as três Forças Armadas – Marinha, Exército e Aeronáutica -, são as instituições mais democráticas e cumpridoras da lei, e que o Brasil não tem como exercer a soberania aos cidadãos sem Forças Armadas “fortes e vigilantes.”

“Acredito que, em primeiro lugar, que a Marinha, o Exército e a Força Aérea são as mais meritocráticas, democráticas e cumpridoras da lei, que conheço. Pode ser que outras instituições tenham o mesmo padrão que o nosso, de se guiar pelo cumprimento da lei, desvios são punidos, nós não temos corporativismo, temos espírito de corpo, que é bem diferente”, disse ele.

E completou: “Então, não vejo nenhuma instituição que pudesse representar melhor o espírito de apoio e de garantia da liberdade, da soberania do País. Um País livre e soberano, como o Brasil, cheio de riquezas, como a nossa Amazônia, não tem como exercer a sua soberania aos seus cidadãos sem Forças Armadas fortes e vigilantes”, declarou o comandante.

Ele também foi questionado pela equipe de reportagem como a Força Naval vai atuar no período eleitoral e se vai resguardar a democracia também. O presidente Bolsonaro defende a implantação do voto impresso auditável. Segundo o presidente, se “não houver eleições limpas, não pode haver eleições”.

O comandante da Marinha respondeu que as Forças Armadas são fundamentais para garantir o direito do cidadão de poder exercer o voto, utilizando como exemplo a geografia e dificuldades logísticas peculiares do Amazonas.

“Tenho condições de dizer que em todas as eleições nós sempre atuamos. Sem as Forças Armadas, aqui mesmo no Amazonas, nós teríamos grandes dificuldades de ter acesso à votação que é um direito universal do cidadão brasileiro, porque as urnas são transportadas com logística nossa, o resultado da apuração, as equipes que fazem o ajuste das urnas, a organização das zona eleitorais, tudo com o nosso apoio”, revelou.

Para ele, a única questão que surgiu esse ano de diferente é uma eventual análise, que até tem sido noticiado na imprensa. “Vamos chamar da lisura do processo por todo o sistema eletrônico de votação, que anda em debate no nosso País. Acho que nós estamos em condições de continuar acreditando que o nosso País é livre e soberano por muito tempo. A Marinha tem 200 anos. Sempre garantiu essa soberania e continuará garantindo nos próximos séculos”, reforçou.

Ao questionar novamente sobre a conjuntura atual e se as falas de Bolsonaro incomodavam as Forças Armadas, a coletiva foi encerrada pela assessoria de imprensa, sob a justificativa de que foi combinado apenas uma pergunta para cada veículo de comunicação.

Mudanças

Em 30 de março de 2021, os comandantes do Exército, Edson Pujol; da Marinha, Ilques Barbosa; e da Aeronáutica, Antônio Carlos Moretti Bermudez, pediram renúncia coletiva por discordarem do presidente Bolsonaro. Foi a primeira saída em bloco, do tipo, desde 1985, quando terminou a ditadura militar.

Segundo analistas políticos, Bolsonaro cobrava manifestações políticas de acordo com as ideologias do seu governo e defendia decretar estado de defesa para impedir lockdowns nos estados brasileiros em meio à crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).

Em abril do ano passado, o presidente disse que o Brasil estava no “limite” e que esperava um “sinal’ da população para tomar providência. As mudanças nos comandos das Forças Armadas aconteceram também um dia depois de o presidente demitir Fernando Azevedo, que estava à frente do Ministério da Defesa. Os novos comandantes das Forças Armadas escolhidos foram: Paulo Sérgio (Exército), Almir Garnier (Marinha) e Baptista Júnior (FAB).

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