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AO VIVO
Executivo - 12 de janeiro de 2025
Foto: Reprodução/ Internet

Ex-secretário de Roraima é multado em R$ 2 mi por incentivar golpe

Eliéser Girão Monteiro Filho chefiou as pastas de Segurança Pública e da Justiça e Cidadania durante o Governo Anchieta

Por: Redação
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A Justiça Federal do Rio Grande do Norte condenou o deputado federal General Girão (PL-RN) a pagar multa de R$ 2 milhões por danos coletivos ao incentivar, nas redes sociais, atos antidemocráticos após as eleições de 2022. A sentença também determina que ele apague publicações relacionadas aos atos em até dez dias. Ainda cabe recurso.

Em Roraima, Eliéser Girão Monteiro Filho foi secretário estadual de Segurança Pública (2009-2012) e da Justiça e Cidadania (2012-2013) durante o Governo Anchieta (2007-2014). O general também foi comandante da 1ª BIS (Brigada de Infantaria de Selva), em Boa Vista, entre 2007 e 2008. No ano passado, ele defendeu a rediscussão da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, a qual considera como “o maior crime cometido contra a soberania nacional”.

Conforme a sentença do juiz federal Janilson de Siqueira, a atitude do parlamentar após o pleito de 2022 “afronta o Estado de Direito, a ordem jurídica e o regime democrático, pondo em ameaça a legitimidade do processo eleitoral e a atuação do Poder Judiciário”.

O juiz disse ainda que as postagens do parlamentar configuram “discurso de ódio contra as instituições democráticas com divulgação de notícias falsas (fake news) acerca do resultado das eleições, confundindo e incitando o povo e as Forças Armadas à subversão contra a ordem democrática”.

O Ministério Público Federal (MPF), autor da ação, argumentou que Girão usou ativamente suas redes sociais, em claro abuso da liberdade de expressão e da imunidade parlamentar, para encorajar condutas que atentavam contra a ordem democrática, inclusive a continuidade do acampamento existente à época em frente ao 16° Batalhão de Infantaria Motorizada em Natal.

“Em postagem feita um mês antes da invasão dos prédios do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto, o réu já instigava a violência contra as instituições, especialmente o Congresso”, ressaltou o MPF.

Além do deputado, a União, o Estado do Rio Grande do Norte e o Município de Natal também foram condenados por omissão na proteção à democracia em R$ 3 milhões. Os entes federados deverão ainda realizar um evento público e ações educativas para coibir atos contra o Estado Democrático de Direito.

Em relação à União, a sentença diz que a indenização a ser paga é de R$ 2 milhões, devendo também promover, em até 60 dias, cerimônia pública de pedido de desculpas, com participação dos comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. O evento terá que ser amplamente divulgado.

O motivo do pedido de desculpas foi a divulgação de uma nota, em novembro de 2022, que, de acordo com o MPF, estimularam os acampamentos em frente aos quarteis.

A decisão também ressalta que “de fato, agentes públicos militares em posição de alto comando adotaram procedimento que não se harmoniza com a legalidade nem com a neutralidade política das Forças Armadas”.

“A nota emitida pelos então comandantes das Forças Armadas de fato normalizaram os acampamentos e as manifestações antidemocráticas que ocorreram em face do não aceitamento do resultado das eleições, estimulando a ideia equivocada de legitimidade dos discursos de falsa insurreição e de ‘retomada do Poder’, o que deu ensejo a um ambiente propício para a intentona de 8 de janeiro de 2023”, diz a decisão.

De acordo com a sentença, a União também fica obrigada a promover curso de formação aos militares de todo o país, com o objetivo de revisitar os atos antidemocráticos de 2022 e enfatizar o necessário respeito dos integrantes das Forças Armadas aos princípios inerentes ao Estado Democrático de Direito.

 

roraima multado ex-secretario

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